NOTA GERAL: 3.9/5
www.demibaguette.com.br Rua Antônio Aleixo, 240 – Lourdes – Belo Horizonte – MG | Tel: (31) 3054-8888Localização e Ambiente: 4/5
Muito bem localizado, a poucos passos de dois importantes estabelecimentos do quarteirão (ao lado, o português Bar do Lopes, e em frente, o Armazém Medeiros, comentado aqui), o Demi Baguette está numa subida de muito fluxo, num lugar discreto porém não apagado. A fachada simpática do novo restaurante francês, com algumas mesas externas, desperta a curiosidade dos que passam por perto. Seu ambiente é bem bonito, clássico, e com incríveis fotografias de Paris nas mais diversas épocas. Como já foi dito, o restaurante fica numa subida (o que não é raro em Belo Horizonte), então há um desnível na parte interna que divide o restaurante por um degrau, deixando na parte superior um balcão (uma espécie de janela para a cozinha, como numa cozinha americana), freezers de bebidas e apenas uma mesa, enquanto no nível mais inferior temos o restante das mesas e uma pequena adega.
Atendimento: 3/5
O atendimento é bom, e por vezes demorado em se tratando de comida. Nossos pedidos chegaram a virar a casa da hora para serem servidos. Conforme foi mencionado, o restaurante é pequeno e pouco dividido, facilitando a visão dos garçons, e também o rastreio do próprio cliente. Não há uma interação muito íntima nem uma abordagem mais amigável com os visitantes, ainda que exista bastante cortejo e educação o tratamento é puramente profissional. Ambos o chef e gerente foram extremamente atenciosos e nos atenderam muito bem, não deixando a desejar na cordialidade.
Gastronomia: 4.3/5
O Demi Baguette tem opções de sanduíches, entradas, pratos e sobremesas. Os pratos são variados porém não tão diversos, e são muito bem servidos. Os sanduíches podem ser pedidos no tamanho petit ou demi, e são deliciosos. O petit é realmente pouco para alimentar alguém, mas o demi é bem satisfatório. Em todos os casos, os ingredientes são muito bem selecionados e seu preparo é extremamente cuidadoso.
Sanduíches:
Jamon Serrano Espanhol (baguette, jamon serrano espanhol, tomate italiano e azeite) – petit: 5/5
O pão, o presunto, o tomate, a temperatura, oh céus. Não há – e percebam como isso é bem raro – nada pra se falar mal, nada pra questionar, somente um pão para se comer para sempre. O pão estava na textura perfeita, artesanal, fresquinho, macio por dentro e crocante por fora, não estava tostado e nem branco demais. O presunto era incrível (não é de se espantar que seja um dos sanduíches mais pedidos da casa, afinal os ingredientes são, literalmente, de causar dependência), macio, saboroso, e levemente aquecido. O tomate e o azeite dão o toque final, trazendo o molhadinho ao sanduíche, e tudo que resta é implorar pra levar pra casa e viver daquilo o resto da vida.
Pratos principais:
Ravioli Côte D’Azur (ravioli com recheio de carne de vaca guisada e tomates): 4/5
O guisado estava molhado e delicioso, e recheava bem a massa. A carne era bem desfiada e bem temperada, deixando todo seu sabor à tona. O ponto estava corretamente na linha do tradicional dos raviolis, um pouco mole demais para o meu gosto, porém o mais aceitável quando se trata desse tipo de massa. Isso tudo acompanhado pelo molho de tomates que, abarrotado de pimentões amarelos (picados em pequenos cubinhos), perdia um pouco o gosto tradicional do tomate, mas conferia ao prato um sabor presente e uma textura extra em cada uma das garfadas. Ah! O queijo ralado era uma delícia, de sabor forte e servido em grandes lascas.
Steak a Café de Paris (steak de filet mignon, molho rôti, vinho cabernet sauvignon manteiga de alho e salsinha, servido com batatas röestie): 5/5
A carne era um verdadeiro steak, no verdadeiro ao ponto, com um simpático acompanhamento de batatas roestie. A batata, servida em forma de mini-pudim, era ralada, misturada com bacon e cebola, e simpaticíssima. Sua combinação era assombrosa já que, sem muitas dificuldades ela sorvia com maestria a mistura de molho e sangue desprendida da carne, deixando tudo com textura e sabor num ponto complicado de se explicar. Seu molho tinha gosto forte e presença marcante, sem apelar em nada para algum mix de pimentas que, sem sombra de dúvidas, mascarariam o gosto do membro principal do prato, o filet.
Sobremesa:
Crème Brûlée: 3/5
Uma sobremesa tão tradicional que infelizmente deixou a desejar. Não me entendam mal, estava uma delícia, com a crosta crocante de maneira perfeita. Era um Creme Brûlée melhor que muitos outros servidos pela capital, mas ainda com um defeito avassalador. O creme servido, como já foi dito, tinha uma capa crocante ideal que não estava queimada, nem com gosto excessivo do maçarico, e também não deixava de ter a textura correta de se quebrar com a colher. Seu sabor no geral era amistoso, mas seu cerne estava gelado, enquanto todo o resto da massa – e até mesmo a louça – estava extremamente quente.
Custo Benefício: 4/5
Varia num valor de aproximadamente R$50 por pessoa, isso sem bebidas alcóolicas, e sem sobremesa. Os pratos variam de R$32 até aproximadamente R$60, e os sanduíches tem valor médio de R$15 para o tamanho petit. É uma culinária muito cuidadosa, um lugar bonito e bem posicionado, portanto o valor agregado deve ser considerado. Há opções para baratear a nota, aproveitando a companhia para dividir uma baguette de entrada, e uma sobremesa, como fizemos.
Dicas:
Vá sim, e vá com tempo – não só porque a cozinha demora, mas também porque deve-se aproveitar para degustar. Para entrada, peça um sanduíche ou o couvert (que é uma baguette com vários acompanhamentos). Para prato principal, escolha a partir de sua preferência, seja massa, carne, frango ou peixe, e para sobremesa, deixe o seu coração te levar. Harmonize com um vinho, e coma sem pressa, mas não se esqueça: Vá, e experimente a baguette.
post and review by Eduardo Boaventura & Path Tôrres
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