NOTA GERAL: 3.3/5
Rua Professor Jerson Martins, 146 – Aeroporto (Pampulha) – Belo Horizonte – MG | Tel: (31) 3441-4455Localização e Ambiente: 4/5
Atendimento: 3/5
Os garçons eram muitos e estavam bem distribuídos pelo salão. Solícitos e muito educados, eles estavam sempre atentos aos seus clientes e suas possíveis perguntas, conhecendo bem o cardápio para uma casa aberta a tão pouco tempo. Certo posicionamento de segurança era então esperado, evitando sugestões ou qualquer contato mais íntimo com a clientela. Se por um lado os atendentes de salão da casa exibiam uma satisfatória performance, por outro, sua cozinha tropeçava e muito, enviando à mesa pratos separadamente e delongando por demais a execução de alguns exemplares deles. Para completar o amadorismo logístico da casa, não apenas um prato principal chegou à mesa antes da entrada – e consequentemente cerca de quarenta minutos antes do restante de seus pratos principais -, como a casa, vendo seu erro de logística, optou não por descartar o prato e oferecer outro mais tarde aos seus clientes, e sim por recolhê-lo à sua cozinha e requentá-lo quase uma hora depois.
Gastronomia: 3.2/5
O La Palma se especializa em cozinha ítalo-mineira, mesclando, é claro, nossa deliciosa e temperada culinária com traços mais suaves e requintados da culinária italiana, tão familiar para o proprietário. Encontramos no cardápio pizzas, massas, risotos, carnes e muitos petiscos, numa adorável variedade que poderia ocasionar uma longa visita.
Entrada:
Codorninha recheada no espeto ao molho de jabuticaba e ervas: 5/5
O prato consistia de duas codornas desossadas e recheadas, servidas em um longo espeto e separadas por apetitosos legumes grelhados. A ave era perfeitamente preenchida com finíssimas fatias do que acredito ser abobrinha, alguns pedaços de lingüiça e talvez batatas. Uma combinação formidável, ainda mais acompanhada de uma tão bem feita codorna. Para completar a carne, e também os legumes grelhados, um simpático par de molhos, um de carne com ervas, simples e saboroso, e outro de jabuticaba, que apesar de diluído demais e um pouco sem gosto, era perfeito para acompanhar uma carne mais suave como a da codorna.
Pratos principais:
Pizza Marguerita gourmet (molho ao sugo, muzzarela de búfala, mini tomate italiano, pesto e folhas de manjericão): 1/5
Em uma palavra: vergonha. Como mencionamos anteriormente, sofremos a infeliz surpresa de recebermos nossa pizza, um prato principal, antes mesmo da entrada descrita acima. Frente a um óbvio conjunto de caretas que expressavam um doloroso “porquê”, a casa optou por levar de volta à cozinha nossa pizza, inicialmente se redimindo de seu pequeno erro de logística. Porém, e certamente subestimando a inteligência de todas as pessoas que visitaram o restaurante até o presente momento, a casa teve a brilhante ideia de nos servir, aproximadamente quarenta minutos depois, a mesma pizza, reaquecida e – pasmem – cerca de maravilhosos dez minutos antes dos outros pratos da mesa. O prato então não poderia ser mais assombroso, a massa repuxava, o queijo derretido pela segunda vez havia secado, sua textura saía do elástico maravilhoso para a terrível borracha e suas folhas de manjericão, que geralmente devem ser adicionadas após o forno, haviam ressecado e perdido o sabor. O prato não era só uma vergonha, era uma afronta a qualquer pessoa com um mínimo de bom senso.
Bife ancho grelhado com farofa La Palma e batata rústica: 3/5
Se a pizza era uma vergonha, o restante dos pratos do La Palma eram excelentes. Seu bife estava simplesmente delicioso, muito macio e suculento, além de vir acompanhado pelo mesmo molho soberbo de ervas da codorna. Ainda assim, o que surpreendia por um lado eram suas lindíssimas batatas, e por outro, sua farofa, ou, melhor dizendo, a completa inexistência desta. Para as batatas, elas eram fatiadas em lâminas grosseiras e assadas com bacon, cobertas de molho bechamel e dispostas sobre uma cama de espinafre, uma verdadeira perdição. Enquanto para a farota, bom, e demonstrando novamente quão terrível é a logística da casa, esta nunca chegou a ser servida.
Gnocchi de batata com bacalhau à lá sarda: 4/5
O nhoque era bom, mas extremamente simples. Sua massa era misturada com ervas, o que a deixava bem temperada e muito saborosa, e seu molho, apesar de simples, era extremamente bem feito e farto. Molho que, inclusive, não poderia ser definido como menos que soberbo, feito de azeitonas pretas, alcaparras e um bacalhau desfiado maravilhosamente. Enfim, a massa inteira brilhava. Além disso, e para completar nosso deleite, ainda haviam 2 pedaços de bacalhau, digamos, generosos, escondidos entre os simpáticos cilindros do gnocchi! Convenhamos, uma sensacional surpresa, especialmente para esta nova tendência dos restaurantes de se economizar justamente nas carnes.
Sobremesa:
Gota de chocolate com framboesa: 3/5
A bela sobremesa já estava pronta na casa – como foi simpaticamente avisado pelo maitre antes de escolhermos. Era uma combinação gelada de uma casca de chocolate em formato de gota, recheada de um mousse branco e coberta com uma calda de frutas vermelhas. Uma sobremesa simples e aceitável, sem nada demais, com um chocolate gostoso, um mousse mais adocicado e um contraste da calda de framboesa que era genial.
Custo Benefício: 3/5
Como esperávamos, a assinatura da casa custa caro. Porém, graças ao novo posicionamento, ela se torna consideravelmente mais econômica que as demais, ficando no ticket médio de R$60 por pessoa, sem, é claro, contar possíveis alcoólicos. Um valor muitíssimo aceitável, não fosse a pizza requentada e os constantes tropeços da cozinha.
Dicas:
Vá para o La Palma num almoço de domingo e leve a família. Existem ali opções para todos os gostos, em um ambiente mais rústico porém definitivamente agradável. Os pratos são bem servidos, a comida tem um tempero especial, e o bolso, no final, não fica em nada ferido. Só lembrem-se de deixar mais que claro quando cada prato deve ser servido, e em caso de acidentes logísticos, peça educadamente para que seu prato seja descartado, e não guardado e reaquecido posteriormente.
post and review by Eduardo Boaventura & Path Tôrres
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