NOTA GERAL: 3.9/5
Rua Rio de Janeiro, 2101 – Lourdes – Belo Horizonte – MGLocalização e Ambiente: 4/5
O novíssimo Baviera é um restaurante/bar aberto onde se encontrava o L’Aperitivo, uma petiscaria de tema espanhol super simpática, que por sua vez sucedia o mais popular Braca; numa simpaticíssima esquina do Lourdes onde aparentemente nenhuma casa gastronômica vem conseguindo se estabelecer nos últimos anos. Com um ambiente praticamente todo aberto e mesas que se espalham de seu mínimo interior até sua avantajada calçada, a casa esbanja simpatia e oferece uma decoração surpreendentemente simpática, especialmente quando pensamos que seu reduzido espaço permite que o bar consiga alguma distinção apenas através de sua mobília e iluminação. Para completar a funcionalidade da casa, um simpático balcão onde são preparadas as bebidas e um agradável elevador de onde chegam os pratos da cozinha.
Atendimento: 5/5
O atendimento era, em uma única palavra, lindo. Com apenas um par de pessoas para atender todas as mesas da casa, os funcionários do salão não eram menos que extremamente afiados, garantindo que cada um de seus clientes fossem sempre bem recebidos e atendidos. Para completar o que por si só já era um sucesso, nosso atendente demonstrava um excelente conhecimento do cardápio, assim como uma habilidade de se finalizar pratos de maneira majestosa nas mesas, um conjunto de habilidades perfeitos para um verdadeiro show.
Gastronomia: 3.8/5
O bar e bistrô servia itens de suas duas defesas, entre chopp, sangria, drinks, petiscos e pratos individuais. Alguns dos coletivos vinham inclusive em rechauds e eram finalizados na mesa de seus clientes, exibindo um pequeno espetáculo e garantindo que ficassem quentinhos durante toda a estadia. Entre as opções encontramos filet, peixes e frango, com acompanhamentos diversos, entre batatas, risotos e legumes. Existe até uma opção de hambúrguer montada em parceria com a hamburgueria Tommy!
Petiscos:
Filé mignon com cebolas salteadas ao vinho acompanhado de fritas da vovó: 3/5
O petisquinho – que de inho não tinha nada – vinha composto de muitos quadrados de carne, cebolas e várias batatinhas. O filé era uma delícia e super bem servido, sua carne era cortada em macios cubinhos e então bem temperada pelas cebolas e pelo seu molho que, relativamente apagado, pecava em adicionar uma nova dimensão agridoce ao prato através dum marcante paladar de um bom vinho. Para completar o todo, batatinhas fritas congeladas que tentavam alguma fama através de seu nome, tornando ainda maior o baque entre a expectativa de algo artesanal e bem feito e a realidade do congelado. Como se não bastasse, tudo era disposto no mesmo prato, fazendo com que as já não tão surpreendentes batatinhas ficassem completamente expostas ao molho da carne, tornando-as empapadas e nada crocantes.
Pratos principais:
Medalhão ao molho gravy com risotto a piamontês: 4/5
O mais cheiroso dos pratos tinha o frango no ponto, extremamente macio e suculento, algo relativamente complicado de se atingir. Para completar a carne um belo parma numa boa quantidade (deixando claro sua função secundária) e um talvez pequeno demais queijo. Tudo isso era então disposto sobre uma pequena torre de polenta que de certa forma quebrava o ritmo do todo, mas jamais estragava a satisfação dos clientes, especialmente quando combinada com o mais presente molho branco temperado do prato. Ah, e não nos esqueçamos do melhor do prato, porque sim, existia algo melhor que o frango, os perfeitos e amanteigados aspargos.
Salmão grelhado, batatas rústicas, vagem e tomate cereja assados no molho de manteiga e ervas: 4/5
De visual estupendo, o salmão, assim como o frango, foi servido num excelente ponto, sendo apenas selado na grelha de maneira a reter todo seu estupendo sabor. Para acompanhar a carne que, pela primeira vez em todos os pratos tinha uma porção relativamente pequena, belas batatas muito bem temperadas, de textura leve muito bem dosada para a parceria proposta com o peixe. Se até então o prato se mostrava caloricamente contido e consequentemente pobre, o molho estava aqui para coloca-lo de volta aos prazeres da vida, com uma carga extra de manteiga e um paladar de ervas pra lá de perfeito, uma verdadeira delícia. Os outros legumes compunham bem, com um preparo leve, mantendo os sabores originais porém trazendo uma textura nova e ideal para o conjunto. Um excelente prato que, não fosse ao tamanho reduzido do peixe estaria pra lá de perfeito.
Custo Benefício: 3/5
Os pratos ficam na casa dos R$50, enquanto os petiscos variam bastante. O ticket médio para se comer bem deve se encaixar na faixa dos R$70 por pessoa, e, para petiscar, talvez R$50, sem bebidas. Um valor justo se pensarmos na qualidade daquilo oferecido e na recente precificação dos restaurantes da capital, mas cuidado, já que basta uma leve variação no ponto de vista para percebermos que estamos comendo na calçada, num elaborado boteco que apenas decidiu vestir um terno muito chique e cobrar o valor de certos estabelecimentos corretamente posicionados.
Dicas:
Nossas dicas são simples, provem os pratos. Ainda que a casa seja um elaborado bar, ela definitivamente tem cozinheiros de restaurantes, tornando-a mais um bistrô do que verdadeiramente um bar.
post and review by Eduardo Boaventura & Path Tôrres
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