NOTA DO JANTAR: 3.8/5
Sobre o Hermengarda:
Já sabemos que vocês estão enjoadíssimos de falarmos sempre do Hermengarda. E já sabem que achamos o ambiente lindo, o atendimento primoroso e o cardápio um amor, não é mesmo? Então, nem vamos falar mais, rs. (caso seja novo no blog ou ainda não tenha visto o Hermengarda por aqui – sabemos que é difícil – clique aqui!).
Gastronomia:
Achamos que a casa deve ter amado esse tema. Afinal, o que é mais clássico com toque brasileiro do que o próprio cardápio do Hermengarda? O menu tradicional, com a defesa super coincidente ao tema, já mostra o que há de melhor na culinária internacional combinando com os melhores preparos e ingredientes brasileiros, portanto, não imagino que o restaurante tenha tido muita dificuldade em criar algo para o Week.
Entradas:
Salada de feijão manteiga, bacalhau e azeitonas pretas: 4/5
Começamos geladinhos, com a saladinha. O feijão manteiga era muito macio e estava bem gostoso, com um fio de azeite bastante positivo e um amontoado de bacalhau surpreendente (achamos que o feijão poderia massacrar o peixe, mas as proporções estavam tão certinhas que tudo aparecia! ^^). As azeitonas pretas eram gostosas e traziam uma quebrada no sabor dos outros ingredientes, evitando uma possível linearidade de sabores entediante. Não é a primeira vez que a casa aposta na combinação de feijão e bacalhau, que surpreende pela estranha harmonia, mas ainda assim, e apesar dele ser excelente, a sensação era a de que faltava alguma coisa além no prato, um molho, um tempero, ou ate mesmo um simples pão, pra elevar o aspecto da comida e transcender o ótimo.
Escondidinho de mandioca, carne de sol e moranga: 4/5
Hum, passando para a entrada quente, provamos o simpático escondidinho. Com uma textura relativamente mais cremosa que o padrão, o simples prato se transformava num creme de delícias envolvido em carne. Creme que, apesar de líquido demais, era super temperado, combinando formidavelmente bem com a carne em ótima quantidade. A sensação era que a moranga vinha tanto na base do creme quanto misturada à carne, acrescendo uma doçura característica excepcionalmente bem vinda, especialmente com o creme tão temperado.
Pratos principais:
Escalopes de filé ao molho de jabuticaba com batata gratinada: 3/5
Ok, uma ideia normal para um prato simples, carne, batatas e jabuticaba. Nada fora da curva, nada além, porém também em teoria, uma boa possibilidade para a simplicidade de um clássico brilhar. Então, por onde começamos, a carne era boa, bem servida, macia e em espessura agradável, a batata (adivinhem) também era gostosinha, mas diferente da carne esta era pouco temperada, se tornando boba e nada memorável. Para completar, um molho também gostoso, talvez pouco jabuticabudo, por assim dizermos, mas retendo toques adocicados e uma textura aveludada maravilhosa. O resultado era um prato que não chegava lá, que era simples demais e minucioso de menos.
Ravióli de batata doce, bacon e castanha do Pará na manteiga de sálvia: 4/5
Opa. Sabe o que aconteceu? Enviaram uma sobremesa com nossos pratos principais! Não era ruim (entenda, não só adoramos sobremesas como também amamos a mistura entre o doce e o salgado), mas certamente algumas proporções foram esquecidas durante a montagem do prato. Composto por uma massa genuinamente boa, cozida ao ponto perfeito e com uma manteiga gostosinha com muito, muito pouco sabor de sálvia, o encanto começava cedo. Para completar, crocantes verdadeiramente crocantes de bacon, que animavam o prato com seu paladar extremamente salgado, mas infelizmente nada defumado, gerando gradientes de textura e tempero ao longo de suas garfadas. Para completar, o recheio… já escutaram a expressão: “mais doce que doce de batata doce”? Pois é, eis a sua ilustração. O recheio era docíssimo, anulando a massa, a manteiga e tudo mais que havia no prato, deixando apenas para que o nosso coadjuvante bacon equilibrasse o jogo. Ok, não nos levem a mal, ele conseguia com sucesso cumprir o trabalho, mas sua quantidade não era nem perto do suficiente para salgar todas as mordidas, o que fazia com que o prato sumisse da metade em diante e se tornasse extremamente enjoativo.
Sobremesas:
Sopa de frutas com sorvete de tapioca e pralinés de castanhas: 5/5
Agora, sim, sobremesas de verdade! Que sopinha maravilhosa! A cara da casa, com ótimas frutas em excelente preparo, uma sopinha levemente ácida sensacional, um sorvete incrível de tapioca e os pralinês para fechar com chave de ouro o lindo duelo de texturas. Uma combinação matadora, que certamente deixou gosto de quero mais e mostrou como o simples pode brilhar infinitamente.
Mousse de coco com baba de moça: 3/5
A mousse, que parecia um pudim, era doce (não tão doce quanto o ravióli, risos), gostosa e com bastante gosto de côco! A textura era deliciosa e a baba de moça, talvez com um gosto além do nosso agrado de ovo, era uma boa parceria para o restante do prato, combinando muito bem o poder da fruta com o tom açucarado. O problema aqui era somente a continuidade do prato, que não variava de textura ou sabor em todas as mordidas, se tornando relativamente entediante.
Dicas:
Ai, a não ser que você curta pratos bem doces, evite o ravióli, ou quem saiba peça um extra de bacon, o que pode de fato ajudar! Fora isso, corra para provar as entradas e sobremesas, super gostosas e muito bem alinhadas! 🙂
post and review by Eduardo Boaventura e Path Aun Tôrres
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